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Acosmismo

Acosmismo (Akosmismus) é a doutrina que nega a existência do mundo real e sensível. Presente na obra de vários filósofos, como Parménides, Platão, Espinosa, Kant, Hegel, Schopenhauer, e idealistas como Fichte e Bradley, foi um termo utilizado por Hegel (Enzyklopädie der Philosophischen Wissenschaften im Grundrisse, S 50) para, no debate sobre a filosofia da religião, em particular sobre a compreensão do panteísmo, sustentar que Espinosa, ao contrário do que pensavam os seus detratores, que o acusavam de ateísmo, divinizava o cosmos ao ponto de negar a sua autonomia em relação a Deus. Hegel explica que para Espinosa a negação não é da existência de um Deus para além da natureza, mas da existência de uma natureza independente de Deus. Só Deus é que é real.

W. T. Stace, em Mysticism and Philosophy (1961), considera que o acosmismo filosófico está enraizado na experiência mística, de forma consciente, ou não, tendendo a maioria dos filósofos a uma forma de acosmismo, onde o mundo é menos real do que completamente ilusório. Observa duas fontes místicas do acosmismo desde o interior do “momento eterno”: contém toda a eternidade e infinidade e não há nada fora dele, e experimenta-se como o valor supremo.

 

Bibliog.: “Acosmism”, Encyclopædia Britannica, 2012; “Acosmism”, Oxford English Dictionary; HEGEL, Enzyklopädie der Philosophischen Wissenschaften im Grundrisse, § 50-8/132-133; RIBEIRO, Rodrigo e NETO, Alves, Mundo e Acosmismo na Obra de Hannah Arendt,  Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2007; STACE, W. T., Mysticism and Philosophy, Palgrave Macmillan, 1961, pp. 123-127; WILLIAMSON, Raymond, Hegel’s Philosophy of Religion, Albany, State University of New York Press, 1984, pp. 237 e ss.

 

Luis Miguel Larcher Cruz

Autor

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