A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Big Bang

Em cosmologia, a Teoria do Big Bang descreve a origem e a evolução do Universo, que, segundo essa mesma teoria, começou por ser muito quente e denso, expandindo-se e arrefecendo. A Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, de 1915, fornece soluções de tipo expansivo para a dinâmica do Universo, mas as observações decisivas para a adoção da Teoria do Big Bang foram: 1) o afastamento das galáxias entre si, descoberto por Edwin Hubble na déc. de 1930, com as mais longínquas a afastarem-se mais rapidamente da nossa. Uma extrapolação permitiu datar o início do Universo há cerca de 14.000 milhões de anos; 2) a deteção na déc. de 1950, por Arno Penzias e Robert Wilson, da “radiação cósmica de fundo”, uma luz hoje na banda das micro-ondas que impregna todo o Universo e cuja origem remonta à formação dos primeiros átomos, quando o Universo tinha 300.000 anos; 3) o facto de as proporções dos núcleos mais leves no espaço interestelar estarem em bom acordo com as previsões da física nuclear para reações de fusão.

A história do Universo é um processo de auto-organização: no início, existia uma só força, que se foi desdobrando nas quatro forças fundamentais: gravitacional, eletromagnética, força nuclear fraca e força nuclear forte; depois, apareceram as partículas elementares: quarks, eletrões e neutrinos; com base nestas, formaram-se estruturas cada vez mais complexas: os protões e neutrões, a partir dos quarks, os núcleos atómicos, a partir dos protões e neutrões, os átomos, a partir de núcleos e eletrões, e, finalmente, a matéria, sob diversas formas, a partir dos átomos. Subsistem, porém, grandes lacunas na nossa compreensão da dinâmica do Universo. Há indicações que apontam para a existência de outras partículas – formando a “matéria escura” – e de uma outra força, responsável pela expansão acelerada do Universo ­– falamos de “energia escura”. Tanto quanto sabemos, o Universo vai continuar a expandir-se, ficando cada vez menos denso e cada vez mais frio. Teve um início, mas não terá um fim.

Como o Génesis relata a Criação, houve, com o advento da Teoria do Big Bang, uma posição do Papa Pio XI sustentando que a ciência teria encontrado a prova da Criação. Porém, um dos autores desta teoria, o cosmólogo e padre George Lemaître, discordou dessa posição, defendendo a divisão de magistérios entre a religião e a ciência.

 

Bibliog.: SINGH, Simon, Big Bang, Lisboa, Gradiva, 2010.

 

Carlos Fiolhais

Autor

Scroll to Top