“Clarividência”, do latim claro + videre, significa literalmente “a qualidade de quem vê claramente” e refere-se à capacidade de ver/conhecer realidades normalmente não percebidas pelas pessoas comuns. É uma das subcategorias da perceção extrassensorial (“PES” é a capacidade de a mente receber informação que não tenha vindo de nenhum dos sentidos).
Na história das religiões, o paganismo refere os oráculos ou videntes como exemplos de clarividência, enquanto a Bíblia refere os profetas, advertindo que ela pode ter origem tanto em Deus como em Satã. No cristianismo, alguns santos canonizados foram reconhecidamente clarividentes (e.g., Anne Catherine Emmerich ou o P.e Pio de Pietrelcina).
O estudo desta capacidade começou com o marquês de Puységur, em 1784, mas foi Joseph Banks Rhine quem, após anos de pesquisa científica e avaliação estatística, publicou, em 1934, a primeira edição de Percepção Extra Sensorial.
Na parapsicologia, a clarividência, também chamada de “segunda visão”, surge pela primeira vez com o seu sentido próprio n’O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, na questão 402, onde o autor trata da faculdade de a alma perceber eventos que acontecem noutros lugares.
Bibliog.: KARDEC, Allan, Le Livre des Esprits, 4.ª ed., Paris, Didier et C.e – Libraires Editeurs, 1860; RHINE, J. B, Extra-Sensory Perception, Boston, Boston Society for Psychic Research, 1934.
Teresa Furtado Coelho