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Consciência coletiva

O conceito de consciência coletiva foi utilizado pelo sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1916) para definir as crenças e os sentimentos comuns aos membros de uma determinada coletividade, no contexto da sua preocupação por analisar os problemas de integração nas sociedades modernas. Durkheim utilizou este termo mais profusamente nas suas obras iniciais, em especial, Da Divisão do Trabalho Social, publicada originalmente em 1893. A referida consciência, na medida em que despertava nos sujeitos o sentimento de uma determinada pertença, assim como dos deveres a ela associados, predispunha-os a integrarem-se socialmente.

Levado por esta preocupação, numa das suas obras mais importantes, As Formas Elementares da Vida Religiosa, publicada pela primeira vez em 1912, Durkheim atentou no fenómeno religioso. Nela considerava que a religião era precisamente a consciência coletiva das sociedades tradicionais. Uma consciência que despertava sempre que os indivíduos se reuniam para celebrar ritualmente a crença no seu Deus, representado por uma série de imagens que eram a expressão daquela consciência, que emergia com força quando daquelas reuniões emergia um sentimento de exaltação coletiva, denominado por Durkheim de “efervescência coletiva”. Assim, mediante esta viagem de ida e volta do imanente ao transcendente, os indivíduos tomavam consciência da importância dos laços que os uniam.

 

Bibliog.: DURKHEIM, Émile, Las Formas Elementales de la Vida Religiosa, Madrid, Akal, 1992 [1912]; Id., La División del Trabajo Social, Madrid, Akal, 1995 [1893]; Id., L’Année Sociologique. Memorias, Prefacios, Notas Críticas, Reseñas y Noticias Completas, Madrid, CIS, 2018; LUKES, Steven, Émile Durkheim. Su Vida y su Obra, Madrid, SXXI, 1984.

 

José Francisco Durán Vásquez

 

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