Por educação entende-se o conjunto de ações tendentes a desenvolver, sobretudo nas gerações jovens, competências, valores e regras de conduta, de modo a integrar-se, de forma positiva, na vida social. O termo “educação”, do latim e-ducere, “conduzir para fora de”, exprime o processo de sair do estado de infância – a idade em que a criança depende totalmente dos pais – para o estado em que ela se torna alguém capaz de, uma vez na vida social, ter o necessário para tomar a palavra e trabalhar, para comunicar e ser capaz de amar… O educador sabe que a pessoa possui um sem-número de capacidades em germe, que é preciso trazer para a luz do dia. É aos pais que cabe o direito inalienável de educar os filhos. A função educativa dos pais é de tanto peso, pelo ambiente de amor que criam à volta da criança, que, onde ela não existe, dificilmente poderá ser suprida. A dada altura, porém, a família apercebe-se de que precisa de colaboração para que o filho possa chegar à idade adulta. A escola ajuda os pais a cultivar nos filhos as faculdades intelectuais e a capacidade de julgar retamente, a promover o sentido dos valores e a preparar a vida profissional. A escola constitui como que um centro para cujo progresso se unem as famílias, os professores e quantos promovem a vida cultural, cívica e religiosa. É na escola que os países proporcionam as melhores condições para que os mais novos cheguem bem preparados à maioridade. Foram os gregos de Atenas os primeiros a compreender que pertence ao Estado enriquecer a educação familiar. Roma, que assimilou a tradição grega, levou a escola a todas as suas províncias. Com a queda do Império Romano, a Igreja Católica ganhou preponderância na educação: foi a ela que, no séc. vi, o imperador Justiniano entregou a exclusividade do ensino. A seguir ao Renascimento e à Revolução Francesa, os estados foram assumindo sempre mais compromissos com a educação. A Igreja Católica teve sempre consciência da importância da escola para a formação do Homem em todas as suas dimensões. Não admira que, no seu interior, fossem surgindo instituições que, ao lado do Estado, se empenhassem na formação integral das gerações jovens. Ficaram famosas, além das escolas e das universidades medievais, os centros educacionais dos Jesuítas, dos Escolápios, dos Irmãos das Escolas Cristãs e, já no séc. xix, entre tantas outras, as escolas da Sociedade Salesiana fundada por S. João Bosco. Este grande educador, preocupado com a formação integral da juventude, pode ser apresentado como modelo do educador cristão. O seu sistema pedagógico, o famoso Método Preventivo, assenta nos seguintes princípios: a Amabilidade: os jovens devem ser amados e saber que o são; a Razão: só esta pode dizer ao coração quais os grandes valores que enriquecem a pessoa; a Religião: para João Bosco, educar consiste em formar bons cristãos e honestos cidadãos.
Bibliog.: Conc. Vatic. II, Decl. Gravissimum Educationis, 1965; Encyclopedia of Catholicism, McCBRIEN, Richard P. (dir.), New York, Harper CollinsPublishers, 1996, sub voce “Education”; CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Educação, Direito e Dever, Lisboa, 2002; VIGANÒ, Egídio, O Sistema Preventivo na Educação da Juventude, Edição S.D.B., Lisboa 1983.
Simão Cruz