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Erística

A erística (do grego eristikos, significando “discórdia”, “amante de disputas”, “confronto”) refere-se ao tipo de argumentação, diálogo e raciocínio cujo objetivo não reside na procura da verdade, mas em vencer a disputa argumentativa recorrendo a todos os meios disponíveis, legítimos ou ilegítimos, exceto à violência física. Segundo Douglas Walton, a erística constitui o nível mais baixo da argumentação (cf. WALTON, 2008, 3), pelo seu constante apelo às emoções e ao recurso a falácias lógicas, particularmente ao ataque ad hominem. A argumentação erística é tradicionalmente associada aos sofistas, enquanto metodologia de ensino baseada em perguntas e respostas. É criticada por Platão no diálogo Eutidemo, no qual procura contrastar a metodologia erística de Eutidemo e Dionisiodoro com a dialética socrática, que, para Platão, se não é idêntica à filosofia, é, pelo menos, o seu método apropriado, ao ter por fim a verdade.

 

Bibliog.: NEHAMAS, Alexander, “Eristic, antilogic, sophistic, dialectic: Plato’s demarcation of philosophy from sophistry”, History of Philosophy Quarterly, vol. 7, n.º 1, 1990, pp. 3-16; PLATo, Laches, Protagoras, Meno, Euthydemus, Cambridge, Harvard University Press, 1952; SCHOPENHAUER, Arthur, Dialética Erística: Ou a Arte de Ter a Razão em 38 Estratagemas, Porto, Campo das Letras, 2001; WALTON, Douglas, Informal Logic: A Pragmatic Approach, 2.nd ed., Cambridge, CUP, 2008.

 

Artur Ilharco Galvão

 

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