Monstro marinho da tradição talmúdica e das Escrituras (Sl 74, 14; 104, 26; Is 27, 1) tomado por Thomas Hobbes (1588-1679) como metáfora do Estado absolutista. Face às liberdades individuais em conflito, onde cada homem era um predador para os demais (homo homini lupus est), o Leviatã deveria estabelecer a ordem social. Ordem normativa e judicial em que o Estado, utilizando o medo como ferramenta, garantia a sobrevivência individual. Trata-se de um poder omnímodo, face a qualquer outra realidade social. O termo foi aplicado posteriormente para designar o Estado totalitário. Contudo, este enfoque esquece que o Estado não é o único ator social, já que também intervêm nas dinâmicas sociais o mercado, a família e o setor terciário. Da mesma maneira, também não é defensável que os indivíduos vivam isolados, tendo como relação primordial aquela que mantêm com o Estado.
Bibliog.: ARENDT, Hannah, Los Orígenes del Totalitarismo, Madrid, Taurus, 2007; HOBBES, Thomas, Leviatán o la Materia, Forma y Poder de un Estado Eclesiástico y Civil, Buenos Aires, Losada, 2003; SCHMITT, El Concepto de lo Político, Madrid, Alianza, 2014.
Javier Ros Codoñer