Da primeira declinação, nominativo, singular, feminino, segundo a gramática sincrónica latina, o termo e conceito maxima significa “ditame”, “dito”, “provérbio”, “norma” e/ou “axioma”. Para as éticas geral e aplicada, surge como um preceito da vida moral, quer como os enunciados da lei natural, quer como os referentes às leis positivas. Em teologia bíblica, a sua expressão mais acabada encontra-se, segundo o Antigo Testamento, nos Provérbios do Rei Salomão. Este termo também se encontra, tanto na matemática como na lógica simbólica, significando um “axioma” (p . q = r), desde o cálculo de proposições até ao cálculo de predicados, passando pelo de relações sintáticas. Porém, é no deontologismo kantiano que este termo e conceito atingirá, em Grundlegung zur Metaphysik der Sitten, um sentido crítico-prático no idealismo transcendental da razão prática. Segundo Immanuel Kant, die maxime salienta-se como regra da ação do sujeito concreto pelo princípio objetivo, como imperativo da razão prática e como um dado universal perante a lei moral. Logo, die maxime surge como uma mediação da lei moral, tornando-a um móbil da vida moral. Ainda para o mesmo autor, die máxime é o princípio subjetivo do “querer” (der Wille). Naturalmente, as leis práticas, na medida em que se tornam fundamentos subjetivos das ações e dos princípios, são as máximas da filosofia prática do idealismo transcendental da Kritik der Praktischen Vernunft. Desta feita, as máximas determinam e guiam a ascese (espiritualidade) na globalidade da vida moral, uma vez que os ditames do agir humano serão dados como norma objetiva da moralidade, definidos, segundo a filosofia escolástica, como recta ratio agibilium (“reta razão dos que agem”), expressa pelo pensamento de S. Tomás de Aquino. Se a ascese vive de e com as máximas, a mística transcende estas, visto tratar-se de outro grau de perfeição espiritual, como muito bem descreveu S. João da Cruz e Sancta Theresia Benedicta a Cruce (Edith Stein).
Bibliog.: FINANCE, Joseph de, S.J., Ethica Generalis, Roma, Pontificia Universitas Gregoriana, 1966; KANT, Immanuel, “Grundlegung zur Metaphysik der Sitten”, in Kants Werke, Akademie Textausgabe, vol. iv, Berlin, Walter de Gruyter, 1968; STEIN, Edith, La Mistica della Croce. Scritti Spirituali sul Senso della Vita, org. HERBSTRITH, W., Roma, Città Nuova Editrice, 1983.
Ramiro Délio Borges de Meneses