O termo grego original, παράδειγμα, aparece no Timeu de Platão como o modelo usado pelo Demiurgo para criar o cosmos. Inicialmente aplicado na gramática e na retórica, foi o físico e filósofo Thomas Kuhn o responsável pela sua transposição para o campo científico.
Segundo Kuhn, os “paradigmas são as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência” (KUHN, 1991, 13). Ou seja, a ciência não é um processo de descoberta de uma realidade, mas um processo de construção intelectual, convencionada e aceite na comunidade, baseada em pressupostos filosóficos ou metafísicos mais ou menos conscientes.
Este conceito alargou-se aos outros campos de estudo, falando-se contemporaneamente de paradigmas na educação ou de paradigmas civilizacionais. Quando, em qualquer campo, este modelo ou crença se tornam demasiado limitantes, surge o cenário para uma “mudança de paradigma” – uma mudança profunda num modelo de perceção da realidade.
Bibliog.: Platão, Timeu, Lisboa, Instituto Piaget, 2005; KUHN, Thomas. S, A Estrutura das Revoluções Científicas, São Paulo, Perspectiva, 1991.
Teresa Furtado Coelho