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Raça

Surgido no contexto do sistema colonialista e “civilizacional” do séc. xvi, o conceito de raça está diretamente associado ao domínio imperial europeu (branco) sobre o outro – territórios coloniais, maioritariamente de populações negras e indígenas. Raça, na verdade, é um conceito socialmente construído. Após detalhado estudo científico (COMAS, 1957; REX, 1986), foi retirado da antropologia e apropriado por uma corrente ideológica, a partir do séc. xix, que defende, mais do que uma classificação da humanidade em “raças” (brancos, negros e amarelos), uma hierarquização dos seres humanos com base nas suas diferenças físicas e comportamentais herdadas. O racismo, que perdura, é resultado deste pensamento (e ação) sem nenhuma base científica e socialmente inaceitável. Em termos biológicos e antropológicos, não existem “raças”, apenas uma gama enorme de variações de traços físicos entre as pessoas. Os estudos genéticos também refutaram a existência de “raças” biogeneticamente distintas. Pode haver, e.g., maior variação genética dentro do mesmo grupo étnico-racial do que entre grupos diferentes.

 

Bibliog.: BETHENCOURT, Francisco, Racismos – Das Cruzadas ao Século xx, Lisboa, Temas e Debates, 2015; COMAS, Juan, Manual de Antropología Física, México, Fondo de Cultura Económica, 1957; REX, John, Race and Ethnicity, Milton Keynes, Open University Press, 1986.

 

Donizete Rodrigues

Autor

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