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Viático

Desde os primórdios da Igreja que é prática dar a comunhão eucarística aos fiéis que estão próximos da morte. O Concílio de Niceia (325), no cânone 13, afirma claramente que “em perigo de morte ninguém seja privado do último e indispensável viático”. No Sacramentário Gelasiano do séc. viii encontram-se orações usadas nas celebrações da comunhão dos moribundos em casa.

Atualmente, continua a ter sentido esta solicitude da Igreja para com os moribundos. Cristo é o caminho (via) e, ao mesmo tempo, o alimento. Por outro lado, deve-se ter em conta que uma liturgia que exclui a morte de Cristo não é cristã. Passa a ser liturgia quando se une o discurso acerca da Morte e Ressurreição de Cristo à realidade iminente da morte. Sempre foi intenção da Igreja não deixar ninguém sozinho, nem na doença nem na morte. A morte do cristão está diretamente ligada à fé na Ressurreição de Cristo. Na fé, ninguém morre sozinho. A eucaristia (viático) recebida como alimento torna-se semente de vida eterna e força de ressurreição, segundo afirma São João: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54). A participação do moribundo na eucaristia, como viático, deve ser considerada um sinal particular da participação no mistério da Paixão e Morte de Jesus.

O Ritual da Unção e Pastoral dos Doentes apresenta os ritos e os textos para a celebração do viático, se possível dentro da missa, com a comunhão sob as duas espécies, depois de ter recebido o sacramento da confissão e da santa unção. Esta celebração propriamente dita consta também de aspersão, para recordação do batismo. Depois da celebração da palavra, o moribundo, sendo possível, professa a fé com a fórmula dialogada do batismo. Ao dar a comunhão, o ministro acrescenta “Ele te guarde e te conduza à vida eterna”. Termina com uma bênção solene.

 

Bibliog.: BOROBIO, Dionisio (coord.), La Celebracion en la Iglesia, vol. ii, Salamanca, Ediciones Sígueme, 1999; ENQUIRÍDIO DOS DOCUMENTOS DA REFORMA LITÚRGICA, Eucharisticum Mysterium, Fátima, Secretariado Nacional de Liturgia, 2014; RITUAL DA UNÇÃO E PASTORAL DOS DOENTES, Coimbra, Gráfica de Coimbra, 1994.

 

Jorge Ferreira

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