Entende-se por agrafia a perda da capacidade de escrever, previamente existente, como resultado de uma lesão cerebral. Esta designação foi utilizada pela primeira vez por William Ogle em 1867, embora autores como Marcé (1856), Broca, no seu trabalho mais célebre (1861), Trousseau (1864) e Hughlings Jackson (1866) fizessem já referência às alterações da escrita que acompanham grande parte das vezes as alterações adquiridas de linguagem. Foi, todavia, Ogle quem pela primeira vez descreveu um caso em que estavam presentes alterações da linguagem escrita sem alterações da linguagem falada. Os trabalhos de Déjérine (1891), em França, contribuíram para a melhor compreensão da forma como o cérebro processa a linguagem escrita. Hoje, os trabalhos de Stanislas Dehane (2007) constituem referência fundamental sobre o tema.
Alexandre Castro Caldas